Gregório de Matos
OBRA: POEMAS LÍRICOS E SATÍRICOS
ESTÉTICA: BARROCO
BIBLIOGRAFIA:
Gregório de Matos e Guerra nasceu na Bahia, em 20 ou 23 de dezembro de 1636. Sua primeira biografia foi escrita pelo licenciado Manuel Pereira Rabelo, provavelmente em meados do século XVII, sob o título de “Vidado Excelente Poeta Lírico, o Doutor Gregório de Matos e Guerra”, como abertura do manuscrito que procurava reunir as poesias completas do trovador baiano. O autor dessa biografia enfatiza a riqueza da família de Gregório de Matos, chamando atenção para o número de escravos que possuíam, mais de 130, ficando claro que os Matos exerciam relação direta com a principal fonte econômica da colônia, o açúcar, fazendo parte da classe dominante como colonizadores e não como colonizados.
Conhecido como “Boca do Inferno”, devido à sua produção, Gregório de Matos foi o maior poeta do Barroco brasileiro, ainda que haja dúvidas a respeito da autoria de muitos textos a ele atribuída. Devido às suas sátiras, foi perseguido pelo governador baiano Antônio Souza de Menezes, o “Braço de Prata”. O poeta foi extremamente irreverente como pessoa, ao chocar os valores e a falsa moral da sociedade baiana de seu tempo: irreverente como poeta lírico, porque seguia e, ao mesmo tempo, quebrava os modelos barrocos europeus; e irreverente principalmente como poeta satírico, uma vez que ao empregar um vocabulário chulo, de baixo calão, denunciava as contradições e falsidades daquela sociedade, ignorando o poder das autoridades políticas e religiosas.
Hoje, no entanto, a obra de Gregório de Matos é reconhecida como um projeto literário que não só abriu uma tradição entre nós, mas também superou os limites do movimento a que estava filiado – O Barroco – e o poeta chegou a ser, em pleno século XVII, de certa forma, um dos precursores da poesia moderna do século XX, quer pelo experimentalismo formal, quer pela incorporação de variados registros de linguagem.
Para o poeta contemporâneo