gregorio de matos
Gregório de Matos, primeiro grande nome da Literatura Brasileira e o grande nome do Barroco brasileiro. Foi o terceiro filho de uma família abastada, nascido na Bahia. Após os primeiros anos de estudos no Colégio dos Jesuítas, foi para Coimbra, onde fez o curso de Direito e graduou-se. Formado, viveu alguns anos em Lisboa, cidade em que exerceu sua profissão, chegando a ser, durante vários anos, juiz de órfãos. Foi, também em Portugal, que se casou. Porém, enfrentando uma crise no casamento e ainda perseguido por algum desafeto seu - afinal, desde muito cedo, notabilizou-se pelo seu caráter crítico mordaz - em 1681, fugiu para o Brasil, retornando à Bahia. Em sua terra natal, trabalhou durante algum tempo com os padres jesuítas; contudo, devido ao seu caráter satírico, abandonou os padres e foi degredado para Angola.
Apesar de ser muito conhecido como poeta satírico - por isso, o apelido Boca do Inferno -, Gregório de Matos também produziu poesia lírica e religiosa de muita qualidade. Adepto do cultismo, também cultivava, vez ou outra, lampejos de conceptismo, exercitando finos raciocínios. Sua obra é marcada pelos jogos de palavras e pelo uso de figuras de linguagem, principalmente de metáforas, metonímias, gradações e hipérboles.
Sua poesia lírica revela-se cheia de lirismo e encanto pela mulher amada. Também na produção lírica e religiosa, há um certo idealismo renascentista, ao lado do conflito gerado pela necessidade de viver a vida mundana, material, ao mesmo tempo em que busca a pureza da fé com que espera abrir a porta para a vida eterna, como podemos ver no trecho de um conhecido soneto:
“Mui grande é vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor, que é infinito
Esta razão me obriga a confiar,
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar”
Já na obra satírica, que se tornou muito famosa, Gregório de Matos ridiculariza a sociedade, seus vícios e suas