Gregorio De Matos
Poesia Religiosa.
Para muitos, Gregório de Matos é considerado o maior poeta do Barroco brasileiro, tendo cultivado a poesia lírica, satírica, religiosa e erótica, embora nunca tenha publicado seus trabalhos em vida. O poeta, apelidado de “Boca do Inferno” em razão de suas sátiras direcionadas, se tornou referência para a nossa literatura. Para que possamos entender melhor a origem e a forma de suas poesias, temos que conhecer sua história e o contexto em histórico e social em que estava inserido. Gregório nasceu em 1633 em Salvador, morrendo em 1695 na cidade de Recife. Nessa época, o Brasil era colônia, e como se pode inferir disso, boa parte do advento cultural do poeta vem da metrópole Portugal e em parte da Espanha, por meio de Gôngora e Quevedo. Gregório era filho de um senhor de engenho, fazendo parte da aristocracia luso-brasileira. Isso permitiu que aos 14 anos, após seus estudos na escola jesuíta, partisse para Portugal para estudar Direito, onde viveu de maneira pacífica por 32 anos. Retornando ao Brasil em 1682, ingressou num cargo burocrático na Bahia, do qual foi destituído em 1683. Casou-se com Maria dos Povos, mas mesmo assim, sofreu com a decadência social e profissional. Era famoso principalmente por suas sátiras, que atacavam até mesmo os autos membros da sociedade política. Isso causou sua deportação para a Angola em 1694. Em 1695 pode retornar ao Brasil, quando morreu, aos 59 anos. Embora tenha tido muitas influências exteriores, o mais interessante sobre o poeta é o fato de ser o primeiro a cantar o “elemento brasileiro”, tanto na língua, que misturava tupi e o português, quanto na temática, voltada ao Brasil e principalmente à Bahia. Além disso, Gregório é considerado o maior precursor do Barroco. Esse termo, criado anteriormente pelos classicistas para depreciar a nova arte religiosa desprovida das características clássicas, agora se tornava a referência artística da