GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA
1. INTRODUÇÃO
A gestação na adolescência é considerada um indicador negativo de desenvolvimento social uma vez que ocasiona inúmeros problemas na vida da adolescente e pode levá-la a situações drásticas, como o aborto e o desencadeamento de sofrimento físico e psíquico (ADESSE et al., 2008).
A gravidez na adolescência não é um evento isolado e trás na base questões complexas, devendo ser analisada dentro de um contexto maior. A saúde sexual e reprodutiva depende de várias condições socioculturais propícias: condições de vida adequada, padrões culturais e comportamentais favoráveis, serviços de saúde de qualidade, estabilidade familiar, escolaridade e afetividade. As necessidades em saúde sexual e reprodutiva na adolescência são modeladas pelo acesso a certas condições sociais e pela referência do grupo social e familiar nos valores comportamentais reconhecidos (BRASIL, 2001).
No Brasil e em muitos países em desenvolvimento, a gravidez na adolescência tem sido vista como um perigo para a sociedade e como um alerta para a saúde pública, uma vez que é uma questão de grande extensão e acarreta vários outros problemas (XIMENES et al., 2007).
Como enfermeira do Programa Saúde da Família, percebo pela minha experiência profissional que a gestação precoce afeta a vida da adolescente em vários aspectos: sociais, econômicos, de saúde e afetivos. Todos esses aspectos influem de forma conjunta e intrincada na vida da adolescente que está investindo na passagem da vida infantil para a vida adulta. No que tange ao aspecto social, via de regra, quando a adolescente engravida precocemente, ela se retira da escola por diversos motivos.
Esta saída da carreira estudantil é ponto de partida para diversos desdobramentos, quase sempre negativos para a vida dessa adolescente, gerando, por exemplo, dificuldade de capacitação para o mercado de trabalho, que por sua
vez,