Gravata ainda é símbolo de poder?
Os historiadores não são unânimes quanto à verdadeira origem da gravata. Há registros de uso de lenços no pescoço por soldados chineses, 300 anos antes de Cristo. Na Roma Antiga, soldados também utilizavam como sudário – o lenço não só protegia contra o calor excessivo, mas também servia para estancar hemorragias e limpar a boca.
Na Idade Média, conta-se que um regimento croata passou por Paris durante a Guerra dos Trinta Anos usando um lenço no pescoço. Um adereço semelhante, usado com renda e chamado de ‘cravate’ (derivado de ‘croata’) virou moda na França, passando a ser usado pela nobreza e pela realeza de Luís XIV, um dos mais famosos adeptos. Toda a corte do Rei Sol passou a usá-la, era feita de tiras de tecido bastante engomado, enroladas no pescoço e formando uma cascata na frente.
Após a Revolução Francesa, a moda tornou-se mais sóbria, mas curiosamente as gravatas continuaram fortes. Na Inglaterra do século XIX, as ‘cravates’ eram usadas por estudantes e pelo exército, em escolas e clubes. Embora com variações no estilo, as gravatas tornaram-se símbolo de poder e respeito. Desde o século XVII, os exércitos eram compostos por nobres, e o lenço no pescoço simbolizava status e formalidade.
A gravata e o poderRepresentante da masculinidade, mudou de forma várias vezes por conta das tendências de moda. Sob uma leitura semiótica observamos que na década de 1930, nos EUA, as gravatas tornaram-se mais largas, assim como as lapelas das camisas. Isso pode denotar a necessidade do homem exteriorizar uma imagem de força durante a depressão econômica. É um contraponto à fragilidade dos empresários e investidores que, à época, sofreram fortemente com a crise da bolsa. Entre 1970 e 80, ocorreu algo parecido.
Mas a gravata ainda é símbolo de poder? Em todo o mundo desenvolvido esta peça está perdendo seu apelo. Suas vendas caíram fortemente nos EUA e quase pela metade na Alemanha, entre 1995 e 2006. Segundo uma pesquisa do