Granito de Arena (2006)
“Este é um sistema que arrebenta tudo o que toca: destrói em pedaços e que nos ensina que se vive para TER e para trabalhar, em vez de viver para SER”.
(Eduardo Galeano- jornalista e escritor uruguaio)
A partir da fala de Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, pode-se delinear o cenário de discussão e traçar os tópicos envolvidos nesta proposta de problematização acerca do tema mercantilização do ensino, iniciada por meio do documentário de Jill Freidberg “Granito de Arena” (2005), de onde se extraiu as palavras de Galeano. O filme apresenta de uma forma muito realista e inquietante a história do combate dos professores em defesa da escola pública e por melhores condições de vida de forma a não exterminar a identidade cultural das comunidades indígenas mexicanas por meio da mobilização dos trabalhadores do ensino, dos estudantes e de suas famílias contra a destruição da Escola Normal Rural Mactumactza em Chiapas, Sul do México. Mactumactza é uma escola pública conhecida como Escola Normal Rural, onde estudantes de famílias rurais pobres se preparavam para serem professores das escolas públicas de seu país. Os estudantes camponeses que lá estudavam tinham direito ao alojamento, alimentação e garantia de que teriam vaga quando se formassem professores. Um dos pontos importantes deste documentário é a ação de fontes externas de capital, como o Banco Mundial, que quatro anos antes da produção do documentário, ofereceu empréstimo de mais de trinta milhões de dólares para o Estado de Chiapas, com o objetivo de que se transformassem as escolas normais rurais em escolas técnicas “semi-particulares”. Assim, os pais dos estudantes deveriam deixar uma parte de seus salários para que seus filhos tivessem direito ao estudo profissional. Percebe-se de forma bastante direta que esta atitude se configura como reações advindas da Globalização e do Neoliberalismo na Educação, pontos a serem desenvolvidos ao longo desta