Gramática
Ismael Coutinho
Gramática histórica é a ciência que estuda os fatos de uma língua, no seu desenvolvimento sucessivo, desde a origem até a época atual. Remonta no passado as origens, seu período de formação e explica-nos as transformações por que tal língua passou na sua evolução no tempo e no espaço.
Há uma relação de complementação entre a Gramática Histórica e a Gramática Expositiva, Descritiva ou Prática.
Há línguas que não possuem passado, portanto nem todas têm uma Gramática Histórica. Dentre essas destacam-se: volapuque, ido e o esperanto, criações artificiais, destinadas a servir de instrumento nas comunicações internacionais. Há ainda línguas que carecem de documentos escritos.
A Gramática Histórica não é uma ciência inteiramente autônoma, acha-se subordinada à Glotologia, em cujas conclusões deve basear seus princípios; do mesmo modo que o papel do gramático se subordina ao do glotólogo.
Glotologia é a ciência que estuda a origem e o desenvolvimento da linguagem nos aspectos fisiológicos e psicológicos. Essa denominação é italiana. Glótica é criação alemã. Os franceses utilizam o termo Lingüística.
A Glotologia estuda uma ou mais línguas humanas, sem oitra finalidade que não seja o seu conhecimento. Estuda desde um idioma bárbaro, sem documentos literários até qualquer língua rica em literatura.
Divisão da Gramática Histórica da língua portuguesa:
- Lexicologia – estuda a palavra isoladamente. Subdivide-se em: Fonologia e Morfologia;
- Sintaxe - ocupa-se das palavras relacionadas umas com as outras, na frase.
Método comparativo, indispensável à Gramática Histórica, tem como objetivo relacionar os fatos de uma língua com os análogos de outra ou outras da mesma família, para assim lhes descobrir a origem ou procedência. É um método poderoso nas pesquisas etimológicas, apresentando claramente a solução de problemas que de outra forma seria de difícil solução.
Ex.: Verbo ousar
O latim clássico nos dá a forma audere,