Graduada

Na sua ótica, é o presente que esclarece o passado – o mais complexo ajuda a explicar o mais simples. 28
O homem como um ser prático e social, produzindo-se a si mesmo através das suas objetivações (a práxis, de que o processo de trabalho é o momento privilegiado) e organizando as suas relações com os outros homens e com a natureza conforme o nível de desenvolvimento dos meios pelos quais se mantém e reproduz enquanto homem. 28
Um traço distintivo da teoria marxiana é que ela toma a sociedade (burguesa) como um totalidade. 30
Seu processo consistia sempre em avançar do empírico (os “fatos”), apanhar as suas relações com outros conjuntos empíricos, investigar a sua gênese histórica e o seu desenvolvimento interno e reconstruir, no plano do pensamento, todo esse processo. 30-31
Duas de suas hipóteses mais caras foram contraditadas pela história: a de que a revolução se iniciaria nos países capitalistas avançados e, a curto prazo, seria de âmbito mundial. Mas aí surgiu em cena um novo protagonista, que Marx apenas vislumbrou: o imperialismo, com a passagem do capitalismo para a idade do monopólio. 34
Nas interpretações dominantes da Segunda Internacional, o legado de Marx é tomado como uma ciência – o marxismo – que funda uma concepção de mundo. Oferecendo uma filosofia da natureza e da história (o materialismo), esse marxismo, partindo das determinações da “base econômica”, explica as relações sociais em geral. Ao lado da ênfase no “fator econômico” [...], vicejou uma percepção claramente evolucionista do processo social, sintoma da contaminação positivista na Segunda Internacional: o transito do capitalismo ao socialismo seria um progresso inevitável e fatal. 40
[...] logo após a morte de Engels, Bernstein se dispôs a revisar teses marxianas para adequá-las ao que julgava serem o “fato” da atualidade. Tais “fatos”, na sua opinião, indicavam mudanças qualitativas no capitalismo, que tornavam anacrônica a proposta da revolução: “progressivamente”, sem