Graduada
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Introdução
- A Arqueologia tem larga tradição no Brasil, desde os primórdios da nacionalidade.
A vinda da família real portuguesa, em 1808, e a instalação da corte no Rio de Janeiro inauguraram o que viria a ser a Arqueologia Nobiliárquica, tal como denominada por Lúcio Menezes Ferreira (2005). A Arqueologia cortesã se fazia em instituições como o Museu Real, Imperial e Nacional e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e se caracterizava tanto pelo contato com as instituições europeias como por sua feição aristocrática e ancien régime.
- Ao final do regime imperial, a Arqueologia se expandiu e, na República, a partir de 1889, São Paulo começou a disputar com a antiga corte e continuada sede do governo a primazia não apenas econômica, como cultural e científica do país. Durante as décadas de predomínio oligárquico da República Velha (1889-1930), instituições como o Museu Paulista exerceram atuação destacada, ainda que reacionária, em prol da extinção dos indígenas.
- Seria apenas com a fundação da primeira universidade brasileira, em 1934, que a Arqueologia, pouco a pouco, passaria a ter feições universitárias. A Universidade de São Paulo, fundada pela elite paulista derrotada em 1932, marcou época e continua a ser, no início do século XXI, a mais importante universidade brasileira, segundo rankings internacionais. Enquanto as colônias espanholas tiveram suas primeiras universidades no início da colonização, o Brasil apenas teve faculdades isoladas de Direito a partir de 1827, em São Paulo (Largo de São Francisco) e em Olinda, seguidas, com o correr das décadas, por outras de Medicina e Engenharia.
- A fundação da Universidade de São Paulo viria marcar, de maneira indelével, a Arqueologia Universitária no país. A criação da instituição, por iniciativa de intelectuais como Paulo Duarte, futuro