Goya, Os Caprichos e a Inquisição
Extensão – COGEAE-PUCSP
Goya, Os Caprichos e a Inquisição
Natalie Montemurro Coppola
São Paulo
2009
Goya, Os Caprichos e a Inquisição.
A
visão
radicalmente
distinta
que
Goya
apresenta
de
seus
contemporâneos, assim como toda a manifestação ideológica de suas obras que mostram o lado mais obscuro das peculiaridades religiosas e sociais do período, formam um conjunto de características que transformam a distância do pintor com a produção artística do momento, em um ponto facilmente notável. Os Caprichos é a primeira série de gravuras de Goya, os desenhos que serviram como base se encontram em dois álbuns, o Álbum A foi produzido em Sanlúcar e o Álbum B em Andaluzia. Nesses álbuns Goya pintava caricaturas de relações sócio-eróticas entre homens e mulheres e sátiras sociais.
A série que a principio se chamaria “Sueños” passa a se chamar “Caprichos”, o nome “sonhos” era um título muito usado em certas obras para evitar represálias, era uma prática muito usada pelos artistas, método adotado porque a inquisição não poderia punir as “fantasias” do mundo onírico.
O que o artista queria transmitir quando nomeou a coleção de
Caprichos, é um tanto ambíguo, um capricho pode ser uma extravagância, característica extremamente presente nos desenhos de Goya, e também pode fazer referência a alguma coisa bem feita, bem executada, partindo dessa última definição, o nome cai ironicamente como uma luva, para a série de gravuras que tem em sua essência a crítica social. Sobre o nome da série
Goya diz: "assuntos caprichosos que se prestavam a colocar as coisas no ridículo, fustigar preconceitos, imposturas e hipocrisias consagradas pelo tempo". As gravuras dentro do contexto da arte representaram uma mudança significativa. “A gravura a água-forte é uma maneira de multiplicar uma imagem. Esse tipo de gravura não tem um original; todas as impressões feitas a partir