Governo Ford
O enfoque de nossa pesquisa se dá nas vicissitudes do posicionamento do Departamento de Estado nas questões nuclear e de Direitos Humanos no relacionamento com o Brasil entre o governo republicano de Gerald Ford (1974-1977) e o governo democrata de Jimmy Carter (1977-1981). Buscando traçar semelhanças e diferenças na forma como esses governos pressionaram o governo brasileiro para que modificasse e/ou renunciasse ao Acordo Nuclear com a Alemanha Ocidental1 e, no caso específico do governo Carter, para que cessasse com a tortura de presos políticos e respeitasse os Direitos Humanos2.
Em 1964 e nos anos subsequentes houve praticamente um consenso em termos de apoio ao golpe civil-militar brasileiro na imprensa, no Congresso e na opinião pública estadunidense. Foi de forma gradual que, principalmente, depois de 1968 (devido em grande parte ao AI-53,), surgiu um movimento de denúncia dos crimes da ditadura militar brasileira nos EUA (GREEN, 2009, p. 86).
Dessa maneira, é importante analisar como os governos republicanos de Nixon/Ford e do democrata Carter trataram de forma distinta a questão dos Direitos Humanos e a pressão a países como o Brasil nesse tema. O governo Ford não pressionou o governo brasileiro na questão dos Direitos Humanos, ainda que já houvesse muitas vozes na sociedade estadunidense clamando por medidas contra o regime militar brasileiro. De forma distinta, o governo Carter trouxe para a pauta principal da Política Externa estadunidense o tema dos Direitos Humanos4. Por que essa diferença de postura entre os dois governos? O que o governo Carter esperava ao pressionar o Brasil para que respeitasse os Direitos Humanos? Qual foi a reação do Brasil à pressão do governo estadunidense?
Outro tema delicado na relação entre os dois países foi o Acordo Nuclear firmado entre o Brasil e a Alemanha Ocidental em 1975. Os EUA temiam que o Brasil viesse a desenvolver armas nucleares e o governo Ford acompanhou