Fordlândia
Disciplina: Logística e mercado de trabalho
Fordlândia
Fordlândia nasceu da tentativa de Henry Ford de criar no Brasil uma base produtora de borracha, para suprir suas fábricas nos Estados Unidos e ter disponibilidade de único insumo que ele não tinha controle e alcançar a independência em relação a seus fornecedores.
A Fordlândia foi uma espécie de vila utópica capitalista. A idéia era de fundar uma cidade onde a sociedade seria moralmente saudável, livre das figuras que não gostava nos Estados Unidos.
Em 1928, quando o primeiro barco da montadora chegou á foz do rio Amazonas a região já estava no fim do ciclo da borracha. As terras compradas equivaliam a duas vezes o território do Distrito Federal. O problema é que elas não serviam para o plantio de seringueiras e o empreendimento foi iniciado sem planejamento, nem especialistas , coisas que Ford desprezava, dizendo que "eles só sabem o que não deve ser feito”. Não vieram botânicos, agrônomos ou qualquer especialista em plantio de seringueiras.
Ford não poupou investimentos, nem durante a Grande depressão. Investiu 20 milhões de dólares na empreitada (US$ 235 milhões nos dias de hoje), sem nunca ver um único centavo de volta e sem nunca ter ido ao local.
Em 1927 pagou a Jorge Dumont Villares, sobrinho de Santo Dumont US$ 125.000 por 5.000 quilômetros quadrados e ainda obteve área equivalente de doação dos paraenses.
Começou a construção de Fordlândia, nas margens do rio Tapajós, a mais de 1.000 km de Belém. Porém a cidade nos seus primeiros meses foi um inferno sanitário com epidemias de malária, lixo empilhado pelo chão e comida estragada servida aos trabalhadores, o que levou a rebeliões.
Ford então determinou regras absurdas: lei seca, seus gerentes demoliram os bordéis das vizinhanças e passaram a obrigar os empregados a bater relógio de ponto, usar uniforme e comer apenas a dieta ditada pela empresa: pêssegos em calda vindos de Michigan, aveia, pão e arroz