governança global e o protocolo de kyoto
Introdução
Em sua obra Sociedade Global do Risco, Ulrich Beck(1) defende que vivenciamos uma era de incerteza e insegurança, onde somos afligidos por riscos de potencial catastrófico que transbordam as fronteiras nacionais e a autoridade dos Estados. Diante de tal cenário, a sua teoria pressupõe a formação gradual de uma sociedade plural, embora não unificada, que compartilha os mesmos riscos potenciais - como os da engenharia genética, os industriais, nucleares, ecológicos e químicos - dos quais dizem respeito à humanidade e não somente aos grupos humanos ou comunidades específicas. A visão do autor, destarte, observa a necessidade de iniciativas compostas por esforço coletivo em prol da promoção de movimentos favoráveis à preservação ambiental, contra a tecnologia nuclear e transgênica, a poluição ambiental, o terrorismo, o tráfico de drogas, a Aids, entre outros. Nesse sentido, a rapidez da inovação tecnológica e respostas sociais revelam os perigos da intensificação da globalização, do mundo profundamente interconectado e interdependente; Assim sendo, diante de tal contexto, verifica-se a tendência de atribuir importância e responsabilidade crescente na governança global como único meio de responder adequadamente à tais desafios.
A governança global, portanto, representa a vontade coletiva, isto é, da comunidade internacional em geral, em torno de um objetivo comum. A governança, nessa direção, refere-se à aceitação comum e renúncia voluntária de parte da soberania dos Estados membros para a criação e sustento de um sistema de ordenação e que contém os regimes e organizações internacionais.
É imperativo apontar que o bom funcionamento da governança ainda encontra-se em um estágio embrionário, afinal, a ordem internacional orientada para a cooperação sofre impedimentos em virtude da competição e rivalidade entre Estados no meio internacional anárquico. Desse modo, o