Governança ambiental global: perspectivas x expectativas
Sinceramente, acompanhando o desenrolar das tratativas e acontecimentos internacionais em toda a história humana, não acredito nessa possibilidade em curto ou mesmo médio prazo. Em longo, talvez...
Há um longo caminho a ser trilhado até que consigamos, enfim, conciliar nossos interesses e necessidades, sejam eles quais forem. Se até entre familiares que residem sob o mesmo teto isso é difícil, globalmente essa integração para o bem comum tem se revelado uma luta inglória para quaisquer segmentos da sociedade.
Esvaziam o diálogo as diferenças e os desníveis entre os interlocutores (agentes internacionais): diferenças relacionadas ao acesso e utilização (consciente ou não) dos recursos naturais disponíveis (muitos deles já escassos, em quantidade e/ou qualidade, em muitas regiões); desníveis de “desenvolvimento” econômico e cultural e de acesso à informação; e, principalmente, as diferenças e impasses acerca da “pegada ecológica” e das responsabilidades de cada país quanto à prevenção e recuperação ambiental.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Protocolo de Kioto e com as negociações da Eco 92 e até da Rio + 20, ambas Conferências das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS). Descontando-se as boas e nobres intenções, na prática, o caminho para a governança global tem se revelado instável, pedregoso e – pelo menos até o momento – pouco fértil, considerando que seus resultados são poucos e quase sempre não efetivos.
Avançar, retroceder e novamente avançar são fenômenos comuns e previsíveis em qualquer negociação. A questão só se complica quando os retrocessos se arrastam por períodos aparentemente infindáveis, ofuscando os resultados dos avanços iniciais e desencorajando os posteriores.
Ainda assim, não se pode ignorar o que já se conquistou, obviamente. Se não fossem os “agreements" e sua difusão em massa (um dos benefícios da globalização), provavelmente os temas ambientais globais jamais