gorila
Vírus Ebola e caça ilegal dizimam parentes mais próximos do homem no oeste da África
Por: Denis Weisz Kuck
Publicado em 14/04/2003 | Atualizado em 09/10/2009
A população das espécies mais próximas do homem foi reduzida em mais da metade nos últimos 20 anos no seu principal hábitat, a África Ocidental. Um estudo de pesquisadores da Sociedade para a Conservação da Vida Selvagem constatou que a caça ilegal e o vírus Ebola são as principais ameaças à população de grandes macacos - gorilas ( Gorilla gorilla ) e chimpanzés ( Pan troglodytes ).
null O estudo, publicado em 6 de abril na edição on-line da revista Nature , recenseou ninhos de macacos no alto das árvores entre 1998 e 2002 ao longo de 4.800 km de floresta equatorial percorridos pelos pesquisadores. É impossível estimar o número exato de macacos a partir apenas da observação dos ninhos -- gorilas e chimpanzés são bastante reclusos. O que os cientistas fizeram foi comparar estatisticamente a distribuição espacial atual dos ninhos com aquelas calculadas em estudos anteriores.
Foi possível assim avaliar a evolução populacional das espécies. Os cientistas constataram um declínio da população de grandes macacos de mais de 50% desde 1983. Em 1991, por exemplo, um pequeno recenseamento ao longo um percurso de 20 km de floresta identificou 67 ninhos. Entre 1997 e 1998, um levantamento que percorreu 2.700 km - percurso mais de 100 vezes maior encontrou apenas 91 ninhos de gorilas e chimpanzés.
A má notícia é surpreendente até para pesquisadores preocupados com a conservação das espécies. A República do Congo e o Gabão, países em que se concentrou a pesquisa, são considerados os últimos refúgios dos grandes macacos - 80% da população mundial de gorilas e a maioria dos chimpanzés estão lá. "Qualquer um questionado sobre a população desses macacos responderia que eles são muitos. Mas a verdade é que não