Goodwill
António José Oliveira Lamelas
Técnico Auxiliar de ROC
INTRODUÇÃO
Vivemos num mundo em constante mutação, onde as linhas de orientação de vários segmentos organizacionais se direccionam, cada vez mais, para uns bens empresariais de importância crescente, os denominados activos intangíveis. Pela sua dificuldade de definição, mensuração e estimativa de duração, estes bens são considerados integrantes de uma das áreas mais complexas da Contabilidade e um dos seus principais desafios. A economia em que vivemos tem como maiores referências do património das empresas a tecnologia, as marcas, a informação e o capital intelectual, de que são bom exemplo, as emergentes empresas do ramo da internet, tornando os intangíveis nos principais focos de investigação de estudiosos e das diversas organizações de normalização contabilística à escala mundial. Verificamos todos os dias que empresas são compradas e vendidas por valores completamente distintos daqueles correspondentes ao património líquido contabilístico das mesmas; que as acções de determinadas empresas são negociadas nas Bolsas de Mercados por valores muito distantes daqueles que resultam das Demonstrações Financeiras; que empresas com prejuízos acumulados são valorizadas por milhões de euros; e que entidades que não existem fisicamente valem milhões. A questão que se coloca é muito simples: Porquê? Aquilo que sabemos é que, cada vez mais, o uso de informações contabilísticas tem sido insuficiente para determinar e evidenciar o real valor das empresas, tendo sido a Contabilidade passada (erradamente) para segundo plano em termos de ferramenta de gestão. Esta constatação torna-se ainda mais evidente quando nos deparamos com as empresas da denominada “nova economia”, onde na composição dos seus valores estão presentes, essencialmente, as marcas, licenciamento de programas, passes de atletas, a reputação, a carteira de clientes e software. São milhões de euros associados a itens não