Golpe Militar

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De 1968 a 1974, o Brasil viveu um período conhecido como "milagre econômico". O país crescia a uma taxa de cerca de 10% ao ano, com investimentos pesados na infra-estrutura.

Entretanto, este crescimento se assentava em uma estrutura social que concentrava a renda nas elites agrárias e nas burguesias urbanas. A inflação nunca deixou de castigar as camadas mais pobres, que ainda sofriam com o arrocho salarial. O modelo econômico do regime pode ser compreendido pelas seguintes frases: "Primeiro, é preciso fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo" e "Agora é a hora de apertar o cinto".

A primeira frase ilustra o pensamento econômico segundo o qual a riqueza nacional deveria crescer primeiro, para, então, ser distribuída de forma justa entre os brasileiros - o que jamais ocorreu. A segunda frase trata das dificuldades econômicas após a crise do petróleo, principal produto importado, pondo fim ao milagre.

Na foto, o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Inácio Lula da Silva

Movimentos contra a ditadura

O quadro de crise econômica de um lado e a supressão de direitos políticos de outro acarretaram a eclosão de diversos movimentos contestatórios. A guerrilha armada, o Movimento Sindical e o Movimento Estudantil são três das mais importantes forças que se levantaram contra o regime. A guerrilha foi brutalmente derrotada pelo governo no Pará (região do Araguaia).

O Movimento Sindical, forte na segunda metade da década de 70, insurgiu-se contra a precarização das condições de vida dos trabalhadores. Greves, passeatas e manifestações deixavam clara a posição dos trabalhadores frente ao regime, principalmente dos metalúrgicos do ABC, em São Paulo. O Movimento Estudantil jamais abdicou de combater o governo mediante manifestações e atos de desobediência civil.

Segundo os arquivos do SNI (Sistema Nacional de Informações), o maior temor dos militares, já no fim da década de 1970, era que os movimentos se articulassem e iniciassem

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