Golpe Militar de 1964
Acontecido no Brasil dia 4 de abril de 64
A intervenção política dos militares no Brasil aconteceu de maneira gradual. De fato, desde a inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros, alguns setores militares se mostravam favoráveis ao estabelecimento da Ditadura Militar. A primeira ação tomada nesse sentido aconteceu em 1961, quando o vice-presidente João Goulart teve sua posse ao cargo presidencial ameaçada por militares que o considerava um político comprometido com as esquerdas nacionais.
Contrários ao anseio militar, diversos democratas e trabalhadores saíram em defesa da posse do novo presidente. No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola, cunhado de João Goulart, organizou uma campanha legalista a favor da oficialização do cargo assumido por Jango. A essa altura, vivia-se uma situação conflituosa que ameaçava a organização de uma guerra civil no país. Coincidentemente, Jango tinha feito uma visita à China, país que representava uma das maiores forças do socialismo mundial.
Para contornar a situação, Jango resolveu estender a sua viagem diplomática fazendo uma parada estratégica nos EUA. Tal ação tinha o intuito de enfraquecer as desconfianças que recaíam sobre sua figura política e aproximar Jango dos interesses capitalistas. Além disso, Jango aceitou que o Congresso limitasse os poderes do Executivo ao impor um regime parlamentarista capaz de limitar o papel presidencial. Só assim, Jango conseguiu assumir a presidência em setembro de 1961.
Em 1963, um plebiscito restabeleceu as normas do regime presidencialista e deu fim a todas as limitações políticas impostas pelo parlamentarismo. Com isso, teve seus poderes restaurados e passou a adotar uma série de medidas reformistas onde instituiu o 13º salário, o controle sobre a remessa de lucros para o exterior e o monopólio do Estado sobre a importação do petróleo. No ano seguinte, João Goulart organizou o polêmico comício na Central do Brasil.