Golpe de 37
O Golpe de 1937, que deu início ao Estado Novo em 10 de novembro, foi uma manobra política do governo de Getúlio Vargas que, por meio da interrupção do regime democrático e do estabelecimento da ditadura, buscava o fortalecimento do Estado e garantiu a permanência desse presidente no poder por mais oito anos.
Antecederam a ação as campanhas eleitorais para a Presidência da República, que vinham se desenvolvendo desde o início de 1937, embora essas não preocupassem Vargas uma vez que houve intensa repressão (exercida pela Polícia Especial), tornando inviável que as campanhas fossem pacíficas e normais. Além disso, já era sabido por Getúlio que não se realizariam as eleições pois, para o desfecho do golpe, esperava-se apenas a melhor oportunidade, pacientemente arquitetada.
Para que fosse possível o golpe já estavam criadas as condições: foram eliminadas as resistências existentes nos meios civis e militares e formado um núcleo que aceitava a ideia da continuidade de Vargas. Esse processo se desenvolveu, principalmente, ao longo de 1936 e 1937, sob a justificativa do combate à ameaça comunista (tendo o comunismo ganhado repercussão negativa no país). O pretexto ideal para a consolidação do projeto varguista foi o anúncio de que o Estado-Maior do Exército havia descoberto ao que chamaram de Plano Cohen, alegando-se que os comunistas pretendiam tomar o poder e contavam com o apoio do Komintern (central comunista internacional). Dizia-se que haveriam greves, massacre aos líderes políticos, desrespeito aos lares e incêndios de igrejas. Só mais tarde descobriu-se que se tratava de uma encomenda e o verdadeiro autor era o militar Olympio Mourão Filho.
Foi essa a oportunidade necessária para que Getúlio pudesse atender aos seus objetivos pessoais e conduzir o país à ditadura.
Foi decretado estado de guerra, reforçando ainda mais o poder do governo. Em 10 de novembro de 1937, concretizou-se o golpe, sem resistência. Soldados fecharam o Congresso e o novo