golpe 37
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o GOLPE DE
37 E O ESTADO NOVO
LOURDES SOLA
A 10 de novembro de 1937, dia do golpe que instaurou o
Estado Novo, Getúlio Vargas, líder político daquele movimento e até então presidente constitucional, em proclamação av povo do Brasil, justificava a necessidade e a inevitabilidade de um regime autoritário:
"A consciência das nossas responsabilidades indicava, imperativamente, o dever de restaurar a autoridade nacional, pondo termo a essa condição anômala da nossa existência política, que poderá conduzir-nos à desintegração, como resultado final dos choques de tendências inconciliáveis e, do predomínio dos particularismos de ordem local" ( ... ) "o estado de risco iminente da soberania nacional".
E, no início daquela declaração:
"O homem de Estado, quando as circunstâncias impõem uma decisão excepcional", ( ... ) "não pode fugir ao dever de tomá-la, assumindo perante a sua consciência e ,a consciência de seus cidadãos as responsabilidades inerentes à alta função que lhe foi delegada".
Em seguida, na primeira pessoa:
"Tenho suficiente experiência das asperezas do poder para deixar-se seduzir pelas suas exterioridades e satisfações de carater pessoal. Jamais concordaria, por isso, em permanecer à frente dos negócios públicos, se tivesse de ceder quotidianamente às mesquinhas injunções da acomodação política, sem a certeza de poder trabalhar com maior proveito pelo bem da coletividade". ( ... ) "Firme propósito de continuar servindo à Nação".
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E, no Hnal, um apelo que era também um 'programa:
"Restauremos a Nação na sua autoridade e liberdade de ação: - na sua autoridade, dando-lhe os instrumentos de poder real e efetivo com que possa sobrepor-se às influências desagregadoras internas ou externas; - na sua liberdade, abrindo o plenário do julgamento nacional sobre os meios e os fins do governo e deixando-a construir livremente a sua história e à seu destino" e).
Os principais componentes desse discurso