Globalização

Capítulo V
GLOBALIZAÇÃO I
O que é a globalização
Imagine um carro de uma montadora dos Estados Unidos, projetado por um arquiteto italiano, montado no Brasil, fabricado com autopeças chinesas e comercializado em países do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Ou, então, uma reunião on-line, via videoconferência, envolvendo um presidente de empresa na França, um diretor canadense e executivos mexicanos. Na pauta, a estratégia de corte de funcionários na filial brasileira. É mais ou menos disso que se quer tratar quando se emprega o termo globalização ou mundialização.
Embora o fenômeno da internacionalização da economia não seja um fato recente, a palavra globalização só se consagrou no vocabulário da mídia e dos livros didáticos a partir da década de 1990. Trocas de mercadorias entre as diversas regiões do mundo ocorrem desde o período das Grandes Navegações, no fim do século XV, mas a pouca tecnologia aplicada à área dos transportes e o longo tempo das viagens tornam inadequado o uso do termo globalização nesse caso. Além disso, naquela época, muitas áreas do globo ainda eram inacessíveis para o embrionário mercado capitalista global.
O avanço da globalização deu-se após o término da Guerra Fria. Em primeiro lugar, a conversão de países do Leste Europeu (socialistas) e da Ásia à economia de mercado (capitalista) permitiu que passasse a existir, de fato, um sistema econômico que integrasse a maior parte do globo terrestre. Outro fator importante foi o avanço da informática e dos meios de transporte, que facilitou, como nunca na História, a circulação internacional de informações, produtos, capitais, serviços e pessoas.
Globalização é, portanto, uma aceleração capitalista sem precedentes. O uso da palavra rede (net, em inglês) também ajuda a entender a globalização. Estamos quase todos ligados por uma complexa rede de relações que abrange as informações, os empregos, os alimentos, os bens materiais e culturais. Assistimos às Olimpíadas em rede de televisão; as