Globalização
PÉSSIMA PARCERIA
GLOBALIZAÇÃO uma péssima parceria
WILSON DO NASCIMENTO BARBOSA
Professor do Departamento de História da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP
- a obtenção de um montante satisfatório de recursos em divisas, no comércio exterior tradicional, para financiar a aceleração da taxa do crescimento econômico. As diferenças em relação ao modelo anterior facilitam a compreensão da necessidade de um novo dinamismo. As diferenças entre substituição de importações e crescimento pelas exportações podem ser resumidas em termos de política de mercado interno, política de exportações e política de investimentos.
Globalização não é um conceito sério.
Nós, americanos, o inventamos para dissimular nossa política de entrada nos outros países.
John K. Galbraith 1
H
istoricamente, foram dois os modelos predominantes nas políticas de industrialização aplicadas no Brasil, neste século: o modelo de industrialização substitutiva, que vigorou entre 1933 a 1964; e o modelo de crescimento por via das exportações, com ênfase no período 1967-1990.
Como se recorda, a opção firme pela substituição das importações foi uma resposta às crises de 1929 e 1938, sendo este modelo favorecido pelos conflitos que geravam demandas internacionais, como a Segunda Guerra
Mundial e a Guerra da Coréia.
A estagnação do comércio internacional da região latino-americana (1958-62), com depressão dos preços dos produtos agrícolas, pôs fim à época dos êxitos das políticas de substituição de importações. Com o impacto da crise resultante e a mudança de regime político no Brasil em
1964, foi privilegiado um outro modelo, que buscava combinar a experiência do país como exportador primário e o esforço de industrialização bem-sucedido para promover novos níveis de crescimento econômico.
O modelo de crescimento pelas exportações inseriase, assim, dentro da lógica da divisão internacional do trabalho sem, contudo, opor-se a ela,