Globalização : um fenômeno de diversas significações
Helena Catão H. Ferreira
Globalização é um típico conceito que deslizou do discurso teórico para o senso comum e que nele é tratado como um fenômeno concreto e inevitável do mundo atual.
Certamente este conceito está relacionado a outros fenômenos que vem ocorrendo nesta fase avançada do capitalismo mundial, porém muito mais do que consenso o termo gera debate, na medida em que é carregado de conteúdo ideológico e certamente também, não tem a mesma significação para todos aqueles que dele fazem uso.
Podemos captar esta divergência de significado a começar pela origem que lhe é atribuída.
Alguns localizam o início da globalização no período das grandes navegações, outros afirmam que desde o império romano já havia esta tendência, na verdade se formos por aí, desde foi concebida a forma esférica do planeta pode-se falar de certa forma em globalização, no entanto, a discussão posta nestes termos só contribui para naturalizar mais ainda o conceito e com isso não esclarecer do que é na realidade que estamos falando, com suas divergências e seus contextos.
Para Jan Aart Scholte (citado por Marcos B.A. Galvão, p.50 ), os discursos sobre a globalização tornaram-se arena primordial do enfrentamento entre conservadores, que tendem a esvaziar sua importância, minimizando o alcance das mudanças ocorridas no mundo e que corresponderiam aos pensadores realistas e neo-realistas; as visões liberais, que promovem o fenômeno de modo confiante, celebrando seus benefícios, acreditando que ele se constitui na via pela qual se alcançará a prosperidade a, paz e a liberdade universais; e o discurso crítico, que enfatiza os problemas criados pela globalização e que defende que as mudanças na vida social trazidas por ela devem ser recebidas não com as negações dos conservadores, nem com a confiança dos liberais, mas com vigilância.
Scholte se situa como crítico à globalização, mas reconhece a dominância dos