Globaliza o
No entanto, o processo de globalização é muito mais amplo e compreende também os aspectos culturais e econômicos. Não são apenas as informações que são trocadas de um país para o outro, mas as forças de trabalho também se encontram em mobilidade. É por isso que as mesmas marcas de produtos são vendidas para diferentes locais e tem-se uma espécie de consumo padronizado (MIGLIOLI, 1996).
Na mesma linha de pensamento, os sistemas jurídicos e políticos estão cada vez mais semelhantes, bem como os padrões culturais e éticos. O problema, segundo Miglioli (1996), é que toda essa semelhança e padronização ocorre debaixo de uma onda liberalista econômica e um conservadorismo político. De acordo com o autor, um exame detalhado do sistema permite perceber que “o processo de globalização corresponde a uma nova fase do desenvolvimento histórico do sistema capitalista” (MIGLIOLI, 1996, p. 140). Por esse raciocínio, desde o momento que o capitalismo se espalhou pelo mundo todo, precisamente a partir do século XIX, a globalização foi uma tendência de resultado quase natural.
Como consequência, há um capitalismo que consegue tornar os custos de produção baixos. Muitos investimentos, por exemplo, são feitos em países cujas condições de trabalho são péssimas. Ou então há a importação de mão de obra a baixos salários que, em comparação com o mercado laboral nacional, representam “ótimas” saídas. Assim, tem-se um aumento dos lucros da elite capitalista. Com os custos baixos dos salários, a classe trabalhadora também passa a ter direitos cortados. Não é preciso ir muito longe para constatar essa situação. Volta