A sua melhor metade não respeitas linhas. Pula cordas, desvia de cercas e brinca de subir em árvores para estar com você. Ela não é uma das metades comuns que você encontra pela vida, nem uma das metades que você já esbarrou por aí. Ela é sua, e não de outra pessoa qualquer. A sua melhor metade não te completa, mas te faz companhia. Ela é melhor que uma metade só porque é um inteiro. E se doa por inteiro pra ser mais que um só com você. A sua melhor metade é bonita sem espelho e reflete em você de forma que nenhum deles pode ver. A sua melhor metade continua sendo sua. A sua melhor metade falha e pede desculpas. Ela se fere e se machuca e se perdoa e te perdoa e fala coisas da boca pra fora e bate a porta e vai embora e volta arrependida. Mas é só sua quando olha bem fundo nos seus olhos e começa a rir, porque ela não consegue manter um ar sério perto de você. É que você contagia a sua melhor metade com algum riso, por mais estranho ou alto ou fino ou fora de ritmo ou fora de ordem ou fora de tom que você seja. Ela é meio criança, assim como você se nega ser. Ela é teimosa e faz biquinho, independente do sexo, da cor, da religião ou do assunto do momento. A sua melhor metade canta em grego porque não fala inglês e lê livros que você nunca ouviu falar. A sua melhor metade é uma surpresa. Porque não sabe quando vem, mas ela vem. Ela é quente e te faz sentir calor no frio e calor em dias de sol. Ela te faz transpirar de alegria, de felicidade, de frio na barriga, de medo de perder, de dor de barriga porque comeu muito bolo de cenoura. Nah…a sua melhor metade é comilona, sim. Ela é humana e você se esquece disso às vezes jogando toda a culpa, ou a calma, ou o amor, ou a esperança ou o que quer que seja em cima dela. Mas calma… Não se preocupa. Ela é sua. Tão sua que faz barulho baixinho pra não ter acordar e anda na ponta do pé por aí. Tão sua que fica corada quando você olha de relance e descobre um olhar terno e meio abobado na sua direção. Tão sua que é pura