GIL VICENTE
A obra Auto da Barca do Inferno está ligada ao cristianismo da época em que reinava somente a igreja. É a representação dos pecados e alienações que somos submetidos, nos dogmas e nas características sociais que até hoje estão presentes na humanidade, como um todo. O livro foi uma crítica e uma mensagem, nele percebe-se a transição de liberdade do homem, onde ele já tem mais comando sobre si, porém ainda tem a obrigação na religião e a busca pelo lugar reservado no Paraíso e não no Inferno. A obra é baseada quase que por completo em ensinamentos da igreja Católica em que somente quem os seguia poderia ir ao céu e se livrar do inferno onde pagaria por seus pecados em vida, essa ideologia é notada em muitas passagens do livro como na que em o Judeu é o pior dos pecadores e os Cavaleiros que mataram,são encaminhados para a barca do anjo, pois o que fizeram foi em nome da fé em um único Deus e seu filho Jesus Cristo, ou ainda o Parvo por fazer tudo que mandava a igreja e o sapateiro que é condenado também por heresia. Os que são ricos se valem de argumentos de que como poderiam ser levados ao inferno se doaram seus bens ao Clero e pagaram por um lugar no Paraíso, e mesmo assim foram condenados; nesta parte se vê a nova ideia surgindo além de outras passagens, vemos que é contestado se fazer tudo que manda os membros Católicos é realmente necessário. Gil Vicente apesar de notória sua ligação e formação de ideias em sua religião, é um dos que começam um movimento de um novo jeito de pensar e agir. O purgatório é formado pelos julgados e os que julgam, notando a presença do Diabo e seu ajudante que estão felizes e o Anjo que está mais sério e arrogante por não achar aqueles que estavam ao seu redor dignos de qualquer atenção. Neste contexto surgem as mudanças, que ainda não se completaram nos dias atuais, onde coisas daquela época se parecem absurdas e outras que se leve a sério, como ir à missa mesmo sem praticar o que lhe é ensinado. A vida