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O barroco apresenta duas técnica básicas: o Cultismo e o Conceptismo. São estilos diferentes e, às vezes, antagônicos, gerando até conflitos pessoais entre os que perfilhavam cada um deles. É famosa, por exemplo, a inimizade entre os mestres espanhóis Góngora e Quevedo em razão da diferença de estilos.
Apesar disso, entretanto, características dessas tendências podem coexistir num mesmo autor ou numa mesma obra. Há casos em que a classificação é difícil, se não impossível.
Cultismo: Consiste na hipertrofia da dimensão sensorial da obra literária. O autor cultista recorre exageradamente a metáforas, sinestesias de toda ordem, aliterações, hipérbatos, antíteses, trocadilhos, neologismos estanhos… enfim, a um descritivismo rebuscado, tão rico quanto tortuoso. A obra cultista oferece-se como um espetáculo para os sentidos chegando muitas vezes a obscurecer o entendimento.
Conceptismo: Consiste na hipertrofia da dimensão conceitual da obra literária. Utilizando-se mais da razão que dos sentidos, o autor conceptista cria raciocínios engenhosos, num refinado jogo intelectual de paradoxos e sutilezas lógicas. Enquanto o Cultismo é essencial mente descritivo, o Conceptismo é analítico e interpretativo. Considera-se o espanhol D.Francisco de Quevedo o mais representativo e influente autor desse estilo.
Tanto o chamado cultismo como o conceptismo, pela sua originalidade, correspondem à norma clássica que guiava a poesia culta desde os começos século XVI. Através de processos diferentes, encontramos nas duas correntes pela primeira vez certos vislumbres de afastamento e superação do classicismo literário. Enquanto, o cultismo centrou no aspecto formal a sua ânsia de renovação, o conceptismo insistiu nos valores conceptuais da própria produção literária. As críticas dirigiam-se, sem dúvida, apenas à primeira formulação poética, que recebeu a designação de culteranismo (em correspondência com o termo «luteranismo» que designava os hereges