Gestão Social e Ambiental
Até quase o final do século XX, estabelecer uma ligação entre gestão ambiental e gestão social era entendido na empresa como um processo que demandava custos significativos, ou seja, eram despesas necessárias para que as organizações atendessem somente à legislação. Foi a partir de 1994 que o movimento internacional de responsabilidade social começou a ter maior visibilidade e reconhecimento por parte das empresas e da sociedade, gerando então, sua aplicabilidade prática. Nessa época surgiu a organização norte-americana denominada Business for Social Responsibility (BSR), que rapidamente alcançou repercussão mundial e gerou dezenas de novos organismos independentes vinculados à mesma ideia.
Em 1998, cerca de 60 representantes dos mais diversos grupos de interesse dos cinco continentes, reunidos sob o direcionamento do Conselho Organizacional
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), lançaram na Holanda as bases do conceito de Responsabilidade Social Corporativa (RSC). Este, por sua vez, é definido como o comprometimento permanente dos empresários em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando simultaneamente a qualidade de vida de seus empregados e seus familiares, bem como da comunidade local e da sociedade de forma geral (Prêmio Ethos-valor, 2005). Na esteira desse movimento internacional, as organizações empresariais passaram, cada vez mais, a preocupar-se em alcançar e demonstrar um desempenho mais satisfatório em relação ao meio ambiente.
A mudança de pensamento nas organizações não decorreu total e simplesmente do despertar da consciência do empresariado para os problemas sociais ou ambientais. A realidade incontestável dos desastres ambientais e das desigualdades sociais - fruto, muitas vezes, da ingerência das organizações, principalmente das que visam exclusivamente o lucro
– provocou uma exigência do próprio consumidor, sendo