Gestão estratégica
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China 09/06/2010 09:56
Eles já estão entre nós
Esqueça os americanos, os espanhóis e os alemães. Neste ano, os chineses deverão ser os maiores investidores estrangeiros no Brasil. Como se preparar para a chegada desse dinheiro - e para um novo tipo de capitalismo
Marcelo Onaga, da EXAME
Há quase 100 anos, o milenar Império da China deixou de existir. O último imperador, Pu Yi, abdicou em 1912 e pôs fim à mais longa história imperial de que se tem notícia. Sua vida, narrada em um belo filme de Bernardo Bertolucci, encerrou-se com um câncer em 1967, e imaginava-se que ninguém mais voltaria a ouvir falar tão cedo sobre o assunto. Mas a história guarda lá suas ironias. Foi preciso que o império fosse formalmente encerrado para que o mundo começasse de fato a temê-lo. É provável que estejamos debatendo o imperialismo chinês mais hoje do que em qualquer momento ao longo dos milhares de anos em que ele efetivamente existiu. Os sinais do avanço chinês no mundo estão por toda parte - de fábricas de eletrodomésticos nos Estados Unidos a plantações na África, de montadoras no Uruguai a indústrias de papel na Indonésia. Em sua marcha rumo à vice-liderança da economia global, a máquina chinesa não para de assombrar - e parece ter chegado a vez dos brasileiros de sentir sua força. Nos últimos meses, o Brasil tornou-se destino do capital chinês. Com muito dinheiro e apetite para investir, companhias apoiadas e incentivadas pelo governo de Pequim despejaram mais de 10 bilhões de dólares na aquisição de campos de petróleo, minas de ferro, terras para o plantio de soja e ativos de energia elétrica - e tudo indica que seja apenas o começo. De um modestíssimo 29o lugar no ranking dos maiores investidores no país, a China deve assumir o topo da lista em 2010, desbancando países tradicionais, como Estados Unidos, Espanha e Alemanha. "Essa presença deve crescer muito nos próximos anos, não só porque a China precisa das