Gestao
Em uma perspectiva materialista histórico-dialética, o trabalho é a fonte de toda riqueza, fonte também de prazer e de realização humana no trabalho. A categoria ontológica do marxismo permite entender que, ao realizar trabalho, o ser humano abandona a dependência para com a natureza e adentra na aventura do especificamente humano. Visto assim, o trabalho é produto do homem e ao mesmo tempo produtor do ser, da cultura e civilização humana. Trabalhar, então, tem o significado de garantir as condições objetivas e subjetivas para a manutenção e o desenvolvimento da existência do homem, o que só poderia trazer satisfação e prazer ao mesmo. No sistema produtivo capitalista, entretanto, o trabalho, para uma grande fatia da população, deixa de possuir tais possibilidades e expectativas e se consolida, na verdade, como fonte de desprazer, causando tensão e sofrimento, não permitindo a criatividade e até mesmo o usufruto de seus resultados. Todos estes motivos consolidam um tipo de trabalho, chamado por Marx de trabalho alienado, haja vista, que se baseia na exploração do tempo de trabalho do trabalhador e divide sua existência em tempos distintos, porém, articulados à dimensão da produção necessária ao capital para a produção. Ocorre que na sociedade do conhecimento, pressupõe-se que o trabalho é realizado pelas máquinas e o ser humano é libertado para outras possibilidades de ação e atuação. Pressupõe-se que há tempo suficiente para o lazer, para a ampliação do conhecimento, para a vida familiar, etc. No entanto, como se tem comprovado a duras penas, na chamada sociedade do conhecimento, o trabalho das máquinas significa quase sempre desemprego - e, portanto, falta de renda. Tal processo é irreversível, uma vez que, os investimentos sempre se orientam em busca de mais tecnologia, maior qualificação do trabalhador e não na ampliação de mais vagas e frentes de trabalho, o que coloca definitivamente grande parte da sociedade em um