Gestalt
A Psicologia da Gestalt (PG) nasce na Alemanha em contraposição ao Estruturalismo de Wundt e Titchener. Apesar de aceitarem o valor da consciência, os psicólogos da Gestalt criticavam a abordagem Estruturalista que tentava analisá-la em seus elementos, que seriam inertes e somente se relacionariam através do processo da associação. Para aqueles, o todo é distinto da soma das partes, assim como a melodia resulta da junção de notas musicais, sem, contudo, existir entre as notas individualizadas. A PG sofreu influências de diversos antecessores. Para Immanuel Kant, a mente, no processo de percepção, forma ou cria uma experiência unitária, ou seja, ela organiza os elementos da percepção de forma coerente, já possuindo, de forma inata (pré-estabelecida por uma dedução cognitiva), certas experiências (como o espaço, o tempo e a causalidade). Em resumo, a percepção não é fruto da associação de seus elementos sensoriais, mas da elaboração feita pela mente. Franz Brentano, considerado precursor da PG, defendia o estudo do processo ou ato da experiência em vez dos elementos da experiência consciente. Para William James, o objeto é visto como um todo e não como feixes de sensações. Já Ernst Mach escreveu sobre as sensações da forma do espaço e da forma do tempo, demonstrando que independem de seus elementos (um círculo é sempre um círculo independentemente do tamanho ou cor) e que a percepção visual e auditiva de um objeto não muda com a alteração da posição visual ou auditiva (a mesa permanece mesa não importa o ângulo de visão). Christian von Ehrenfels criou a expressão Qualidade Configuracional (Gestaltqualität) para traduzir a ideia de que a percepção vai além das sensações individuais, surgindo um novo elemento criado pela ação da mente sobre essas sensações (ex: melodia). Vale ressaltar que Mach e Ehrenfels não romperam com o Estruturalismo, sob o qual se desenvolveram, apenas acrescentando a Configuração como um novo elemento. Além disso, o Zeitgeist do final