geração de 70
Geração 70
- o espírito e atitude inovadoras dos jovens de Coimbra face ao conservadorismo ultra-romântico protagonizado por António Feliciano de Castilho despoleta a “Questão Coimbrã”;
- a atitude de rebeldia, inconformismo, irreverência dos jovens de Coimbra continua em Lisboa, tendo a sua visibilidade pública com as Conferências do Casino, em que se pretende impulsionar a concretização dos ideais surgidos com a “Questão Coimbrã” querela literária que opõe o Grupo Ultra-Romantico ao Grupo de Coimbra;
A Geração de 70 desacreditou as normas vigentes ao apontar o marasmo económico, social, intelectual e politico em que Portugal se encontrava e estabeleceu uma contestação organizada no intuito de transformar a mentalidade do país.
Foi desta forma que surgiram as Conferências de Casino para chamar a atenção da opinião pública de temas vigentes da cultura moderna europeia e «estudar as condições da transformação política, económica e religiosa da sociedade portuguesa».
Os temas tratados nas conferências democráticas assinalaram a educação como base de desenvolvimento essencial do indivíduo e do país; o sufoco do catolicismo como originador do poder absoluto da monarquia, do condicionamento da liberdade individual e bloqueio da burguesia; o enaltecimento, incremento e progresso das artes no processo educativo; o realismo como nova corrente literária; a renovação do ensino em Portugal; e separação do estado com a igreja.
Tratava-se de uma verdadeira elite intelectual, representativa do novo espírito científico europeu, que defendia a missão social da literatura e preconizava uma renovação literária e artística que passava pela crítica aos “excessos lírico-sentimentais glosados pela estética ultra-romântica” dos seguidores de Castilho.
Em síntese, as principais características que definem a geração de 70 são:
- a capacidade crítica face ao funcionamento político e social do país;
- a coragem na denúncia da tacanhez cultural e mental