Geopolítica brasileira
Os Predecessores Antes mesmo que o pensamento geopolítico adquirisse foros de conhecimento científico, através da teorização das observações relativas à interação homem-meio físico, isto no final do Século XIX, já havia, a respeito do Brasil, prognósticos prospectivos de pensadores esclarecidos, dotados de visão política, que premonizaram para o nosso país um destino de grandeza. Nascidas da observação, as ciências sociais, entre as quais se inclui a Política e seu ramo a Geopolítica, caracterizam-se por comportarem projeções prospectivas. Não se trata de futurologia, visão advinhatória, mas de aproximação porvindoura baseada em elementos racionais de estatística, de história e de psicologia. Observa o Embaixador José Oswaldo Meira Penna, no seu livro “Política Externa”, que os autores do Tratado de Tordesilhas (1494) já haviam traçado as grandes servidões da geopolítica brasileira. Passamos a palavra ao Embaixador Meira Penna: “A linha de Tordesilhas, marco inicial, imposição geopolítica sobre a qual se arcará a história colonial do Brasil, determinando a configuração de nossa política externa. Tordesilhas é este o primeiro, em ordem cronológica e em importância histórica, dos alicerces sobre os quais se assentará nossa vida internacional. Representa as relações com a Espanha, isto é os domínios a oeste da linha, os quais irão, mais tarde, constituir as repúblicas nossas vizinhas. Tordesilhas é o problema de fronteiras – problema sempre prioritário em toda ação diplomática e tacitamente colocado ao realizar-se o descobrimento. Logo em seguida quase que imediatamente após a colocação do marco cabralino, anuncia-se o segundo elemento fundamental dessa política: o problema da segurança da orla marítima.” Destacou o Embaixador Meira Penna, a presença já nos primórdios de Século XVI, dos dois desafios vitais de nossa segurança externa, a proteção das fronteiras terrestres a oeste e a proteção da fronteira