Geografia
Não se trata de negar a relevância e necessidade do olhar engajado na denúncia das calamidades sertanejas diuturnas, dos latifúndios que no mundo só cabem no Brasil, dos coronéis que ontem e hoje escravizam o público ao privado. Mas de tanto seco ler e árido escrever, con nou-se o Nordeste neste enredo. Na imagem e na memória do restante do Brasil, dentro da cabeça do brasileiro não nordestino, o Nordeste também deserti cou. Devemos pensar também o Nordeste dos livros didáticos de História, Geogra a e Literatura, na leitura e escrita que lá se con guram.
LITORAL NORDESTINO
O litoral nordestino compreende 3 mil quilômetros de praias e diversidade natural. Veja a extensão costeira em quilômetros dos Estados:
• Maranhão (MA) 640 km
• Piauí (PI) 66 km
• Ceará (CE) 573 km
• Rio Grande do Norte (RN) 399 km
• Paraíba (PB) 117 km
• Pernambuco (PE) 187 km
• Alagoas (AL) 229 km
• Sergipe (SE) 163 km
• Bahia (BA) 932 km
Fonte: IBGE
Seria possível replantar uma Mata Atlântica de outros olhares, nos fazermos por vezes e apenas momentaneamente, retirantes dessas permanências rumo às rupturas. Das estiagens temos notícias desde Fernão de Cardim no século XVI (CARDIM, 1997), o “problema nacional” da “Grande Seca” desde D. Pedro II (RIOS, 2006), “sudenes” fracassam desde Juscelino, o “deserto brasileiro” desde José Vasconcelos Sobrinho (1974). Precisamos saber para além de Ab’Saber (1977), contar a mais que Conti