Geografia
Vamos compreender a produção do espaço mundial como um processo econômico e político na escala da longa duração. A idéia de mundo mudou ao longo de séculos, de acordo com as características sociais e políticas de cada sociedade e do acúmulo de conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos em diferentes épocas. Mas é difícil imaginar como os antigos representavam o planeta Terra. Então, um primeiro passo é relacionar as formas de representação da Terra com a cosmovisão (como era a situação, universo) do homem medieval.
Na Idade Média, foram produzidos muitos mapas, mas quase todos dominados pelo sentido cristão do sobrenatural.
Os mais famosos, conhecidos como mapas T-O, representavam o mundo habitado como um disco chato (“O”), centrado em Jerusalém. A divisão entre os três continentes conhecidos (Europa, Ásia e África) era representada por meio de cursos d’água, que formavam o “T”. Um exemplo é o “Mapa-mundi de Sallustio, século IV”, na página 3 no caderno do aluno.
A figura “Conceito cosmográfico de geógrafo cristão, século XI” na mesma página é um exemplo da cosmovisão dos sábios medievais de inspiração aristotélica e bíblica, ordenada em esferas, tendo a Terra no centro do mundo e em volta dela a água e em volta da água o ar, demonstrando perfeito equilíbrio e simetria que somente a criação divina seria capaz de produzir. Essa cosmovisão também está na descrição do mundo feita pelo suíço Joaquim Vadiano, em 1515:
“Como se ela fosse uma espécie de torrão, do qual uma parte emerge do oceano muito vasto e que, com a água sob a qual ela em parte se esconde e donde uma parte ela emerge, constitui uma única rotundidade (redondo).”
Fonte: Joachim Vadianus (1515) apud RANDLES, W. G. L.
Da Terra plana ao globo terrestre. Lisboa: Gradiva, 1990. p. 60.
A “Carta de Ebstorf, Gervásio de Tilbury, 1284”, na página 5 no caderno do aluno, com quatro metros de