geografia
Ana Maria Kirschner1
Universidade Federal do Rio de Janeiro
“A empresa, um dos fenômenos mais característicos e marcantes da sociedade industrial, se traduz pela aparição e adoção de um novo modelo de organização social. Seu nascimento supõe uma ruptura com a ordem social anterior e a aparição de formas particulares que encontram uma nova legitimidade. Um de seus componentes fortes, em gestação desde o início da Revolução Industrial, surgido no séc.XIX, é a separação radical dos aspectos econômicos do tecido social e sua construção num domínio autônomo. Esta separação, inovação sem precedentes, dá conta de um dos aspectos da Sociologia da Empresa.”
Karl Polanyi- The Great Transformation, 1944
Introdução
A compreensão do mundo atual apresenta muitos desafios para a Sociologia. A globalização nos dá a impressão de viver de fato numa nova época, em que os parâmetros conhecidos estão sendo questionados: o papel do Estado, o emprego e a qualificação dos trabalhadores, assim como a diminuição de seu poder de negociação devem ser analisado sob outra ótica.
A retirada progressiva do Estado das atividades econômicas e o enfraquecimento de sua função reguladora; evidenciam que “deixar as forças do mercado atuarem livremente” deixou de ser apenas um recurso de retórica ou uma tendência apenas percebida para se tornar uma forte política econômica adotada por diversos países.
É compreensível portanto, que num ambiente econômico em que o mercado estabelece as características fundamentais das economias nacionais, as empresas se tornem alvo de atenção de sociólogos, pela sua expressiva participação no desempenho econômico de um país. Entretanto, pouco adiantaria fazer esta afirmação se não dispuséssemos de instrumentos satisfatórios para compreender e explicar as empresas sob uma ótica sociológica.
Este trabalho é uma sucinta discussão sobre as possibilidade e