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A Poética de Aristóteles enfrenta o desafio, buscando mostrar a utilidade moral e política em cada uma das três acusações imputadas à poesia: a de ser falsa, de ser traiçoeiramente sedutora, e de ser deformadora do caráter emocional. E Aristóteles não apenas vê um caráter didático na representação mimética. Ele também atribui ao poeta uma visada sobre o real que o aproxima da perspectiva universal de conhecimento, como o filósofo.
Assim, o filósofo, sobretudo o filósofo que pensa as questões da ação humana, o filósofo da teorização ética, nunca deixará de servir-se destes modelos de ação que são as personagens das epopéias e das tragédias, para compreender a natureza humana e para extrair lições e sugestões que iluminem as difíceis horas de decisão. Redime-se assim o problema no ético das mimeses pela utilidade didática da representação.
Na Política, enquanto trata da educação humana na cidade, Aristóteles faz uma clivagem decisiva para o domínio das artes. Uma diferença que o filósofo colhe no domínio musical, quando separa a música em didática ou ética, de um lado, e orgástica ou catártica, de outro. Convém lembrar que os gregos chamam de músicas todas as atividades propiciadas pelas musas: a epopéia, a tragédia, a comédia, a poesia lírica, a erótica e assim por diante. A música catártica ou orgástica, a despeito da colossal bibliografia que se produziu. Sobre o tema da catarse em Aristóteles, continua misteriosa.
Pois a paixão está unida a algumas almas de modo intenso, embora ela subsista em todas, diferindo-se pela menor e pela maior intensidade e tendo como exemplos a piedade, o medo e o entusiasmo; pois alguns que são possuídos por essas perturbações, vemo-los por causa dos cantos sagrados, no momento em que se prestam aos cantos suas almas são lançadas em delírio, apresentando-se como os que se encontram sob tratamento e purgação; isto mesmo então é forçoso que sofram tanto os piedosos quanto os medrosos e os que em