geografia geral
Paradoxos da Alteridade, do sociólogo argelino radicado na França Abdelmalek
Sayad
A imigração é considerada um fato social completo.
Ela é, primeiramente, um deslocamento das pessoas no espaço, espaço este que não é apenas físico, mas também social, econômico e cultural
[...] a imigração pode então ser definida como a presença no seio da ordem nacional (i.e., na nação e, virtualmente, [...] na nacionalidade) de indivíduos não-nacionais (i.e., de estrangeiros, [...] de outra nacionalidade), e a emigração, por simetria, como a ausência da ordem nacional [...] de nacionais pertencentes a essa ordem; o imigrante é aquele que realiza a presença estrangeira e, correlativamente, o emigrante é aquele ausente que se encontra no estrangeiro (SAYAD, 1998 p. 266).
Os argelinos, como a maioria dos imigrantes, não têm condições de sobrevivência em seus países de origem. Por isso constituem a categoria de emigrantes (de lá) e se tornam imigrantes ( aqui).
O imigrante vem servir como força de trabalho e passa a constituir um
“problema” para o país que o utiliza. A necessidade do mercado de trabalho é circunstancial, o “imigrante” é considerado um ser “provisório”, mesmo que esta provisoriedade dure mais de trinta anos. Ele será sempre um estrangeiro, pelo menos na França colonizadora.
A idéia de voltar está sempre presente. O elo não se rompe e as viagens de férias para a Argélia são periódicas. Mas, como no caso tão conhecido dos italianos e japoneses, ao voltar o emigrante se torna um imigrante em sua terra de origem
Sayad é impiedoso. Afirma que escolher o imigrante como “objeto” de estudo é escolher um “objeto social e politicamente dominado”, o que pode conduzir à produção de uma ciência “pobre”,
“pequena”. Portanto cabe ao cientista social evitar esta falácia que pode ocorrer sempre que estuda os outros grupos dominados.
O trabalho é que faz nascer o imigrante de acordo com as concepções do sociólogo francês Abdelmalek