Do relativismo cultural em Roque de Barros Laraia

Do relativismo cultural em Roque de Barros Laraia Em seu livro “Cultura, um conceito antropológico”, Roque de Barros Laraia, além de expor as diversas construções acerca do termo, analisa o papel da cultura como condicionante da ação humana. Nesse sentido, a maneira pela qual agimos e interpretamos o mundo é condicionada pelo contexto cultural em que estamos inseridos. Pessoas em contextos históricos e culturais diferentes não compartilham determinados valores, gestos, pensamentos, etc. Dentro de uma comunidade se observam padrões comportamentais que podem não ser observados em outras e isso, conforme evidenciado pelo autor, pode ser facilmente observado. São inúmeros os possíveis exemplos de marcas de diferenças culturais. Podemos falar em comportamento em um determinado país, que pode ser bastante diferente daquele verificado em outro, de diferenças no modo de falar, de comer, de vestir, de dançar, entre outros. Apesar de possuirmos o mesmo aparato corporal, diferimos na maneira de utilizá-lo. As funções ecológicas e fisiológicas não são influenciadas pela culturas, são independentes dela, mas são muito diferentes as maneiras de administrá-las. Para além e dominando as diferenças comportamentais, as diferentes formas de se pensar geram códigos de conduta e regras distintas. A própria definição de justiça para um grupo se difere da definição de outro, ela também é relativa. O relativismo, assim, permeia toda a discussão acerca dos padrões e instituições sociais, o homem, enquanto ser que age segundo certas características, se torna também relativo, não há que se falar em universalidade. Essa parcialidade faz com que nenhum critério descritivo esteja livre de uma observação normativa. Um perito ou um cientista estará, de um modo ou de outro, influenciado por seu meio cultural e pelas experiências que vivenciou nele e em outros sistemas. Todas as formas de posicionamento do homem em relação ao espaço são construídas e reproduzidas