Geografia da fome resenha
Resenha
A obra Geografia da fome, o dilema brasileiro: pão ou aço foi publicado em primeira edição no ano de 1946 logo após o mundo conhecer as desgraças da última grande guerra mundial. O dilema do pão ou o dilema do aço se apresentam como fio condutor desta rica pesquisa científica.
Na introdução castro alerta as pessoas à época relacionarem ideia da fome somente aos horrores das guerras e às imagens de pessoas esquálidas e famintas. Afirmava que as imagens do noticiário induziam as pessoas leigas a um conhecimento superficial da fome como um calamitoso fenômeno social ao reduzirem-no a duas grandes regiões geográficas: “o Oriente exótico e a Europa devastada pela Grande Guerra”.
Castro apresenta a fome coletiva como um fenômeno social generalizado, distribuído por todos os continentes do planeta, atingindo inclusive o nosso que já fora chamado de a terra da abundância para onde milhões de europeus imigraram para fugir da pobreza. Nela o autor realiza uma análise do espectro da fome investigando este fenômeno terrível nos quinze anos que precederam a sua publicação. Castro retrata os reflexos da fome em um Brasil subdesenvolvido que apresentava à época uma economia tipicamente colonial na qual se destacava o café e outros minguados produtos primários para exportação, e, nesse sentido, afirmava que fome e subdesenvolvimento é, na realidade, a mesma coisa.
Ele divide o mapa da fome do Brasil em duas áreas. Área de fome: na qual o estado de nutrição de pelo menos metade da população é manifestamente carente, e, que por sua vez se subdivide em Áreas de fome endêmica, quando sua manifestação é permanente (Área Amazônica e Área do Nordeste Açucareiro) e; Áreas de epidemia de fome, quando sua manifestação é transitória (Área do Sertão Nordestino).
O restante do Brasil ele classifica como Área de Subnutrição (Área do Centro-Oeste e Área do Extremo Sul), sob a alegação de que nestas Regiões, “[...] embora os