Genetica
A Engenharia Genética
CANDEIAS, J.A.N. A engenharia genética. Rev. Saúde públ, S. Paulo, 25: 3-10, 1991. São abordados os progressos havidos com as técnicas de engenharia genética, capazes de alterar o potencial genético de um organismo, quer pela introdução, quer pela supressão de novos genes estruturais. São mencionadas algumas das aplicações em geral e, em particular, possibilidades de uso no campo da medicina. É feita uma análise crítica dos benefícios e riscos envolvidos. Descritores: Engenharia genética, métodos. DNA recombinante. "Mythology is full of hybrid creatures such as the Sphinx, the Minotaur and the Chimera, but the real world is not".Stanley N. Cohen, 1975
Introdução Falar de engenharia genética é caracterizar um conjunto de processos que permitem a manipulação do genoma de microrganismos vivos, com a conseqüente alteração das capacidades de cada espécie. Esta possibilidade de alteração das potencialidades genéticas dos organismos resultou da colaboração íntima e constante entre a chamada ciência básica e a ciência aplicada. Não que tal colaboração tenha sido programada com vistas a tornar realidade aquela intervenção. O que ocorreu foi a aquisição de novos conhecimentos fundamentais, como o esclarecimento da estrutura do ADN, e o ter sido possível decifrar o código genético, depois de serem caracterizados seus padrões fundamentais: cada codon corresponde a um só aminoácido, ainda que diferentes codons possam especificar o mesmo aminoácido; os dois primeiros nucleotídeos são, em geral, suficientes para especificar determinado aminoácido; codons com seqüências semelhantes especificam quimicamente os mesmos aminoácidos. Foi ainda fundamental a descoberta de que o código genético é praticamente o mesmo em quase todos os organismos vivos. Existem exceções, mas estas, apesar de raras, acabam por salientar a elevada capacidade de adaptação do código genético a alterações