Genero Masculino e Saude
1 – INTRODUÇÃO
Em uma sociedade em que a definição do gênero masculino fundamenta-se em sua atividade na esfera pública, concentradora de valores materiais que o faz provedor e protetor da família, marcado pela virilidade, força e culturalmente considerado nessa mesma sociedade, tradicionalmente patriarcal, superior à figura feminina (frágil e submissa), evidenciam-se casos em que a influência do gênero, masculino, determina muitas das decisões cotidianas.
O conceito de gênero surgiu nos anos 70, através das Ciências Sociais, no que rege a construção social do sexo e que se refere a “distinção entre atributos culturais alocados a cada um dos sexos e à dimensão biológica dos seres”. O uso do termo, apesar de evidenciar um sistema de relações que inclui sexo, designando apenas a caracterização genética, transcende a limitação da diferença biológica, incidindo na maneira de serem, estilos ou características de um indivíduo.
Louro (1996) define gênero como uma construção social, no que se refere às funções e atributos considerados próprios dos homens e das mulheres. Não se trata, portanto, de um fenômeno natural. Não podemos desconsiderar que estes papeis têm intrínseca relação com os aspectos de saúde em nossa sociedade. Historicamente a figura do homem é associada a ideia de autoridade, devido sua força física e poder de mando. À mulher coube o papel do cuidado, da assistência à família, daí a divisão dos papeis sociais ditos “masculinos” e “femininos”.
Neste sentido, faz-se necessário reconhecer que a categoria gênero está presente em todas as relações travadas historicamente na sociedade e desta forma constitui-se peça fundamental para entender as relações sociais e subjetivas no âmbito da saúde. A construção social do masculino e do feminino determina a sua condição social e tal desigualdade de poder serve para compreender a situação de saúde de homens e mulheres na contemporaneidade.
Em sociedade aprendemos que existem