Gato preto
Oswald de Andrade
Com o manifesto antropófago, Oswald de Andrade transforma a imagem do índio brasileiro, que deixa de ser inocente, puro e passa a ser mau, canibal, sendo que canibalismo se explica pela intenção de absorver as qualidades e virtudes daquele que é comido, ou seja, o índio absorve todo o estrangeirismo e se torna mais forte que o próprio estrangeiro, este ser mais forte, seria a característica do povo brasileiro. O movimento antropófago foi o momento máximo acerto de contas entre nós e o inimigo.
Este pensamento persiste hoje, com menos euforia, pois estamos cada vez mais envolvidos com a pregação da cultura norte-americana no nosso dia a dia, citamos dois trechos de músicas de Renato Russo que embasam esta interpretação .
O primeiro trecho é da música Perfeição já citada em sala de aula e que se for ouvida só por ouvir, talvez revele um certo pessimismo em relação ao Brasil mas se for ouvida com atenção sugere um redescobrimento de um Brasil que nem nasceu e já se tornou velho sem maiores perspectivas.
“Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos covardes,
Estupradores e ladrões”
Neste trecho fica claro a citação aos portugueses, chamados pelo autor de covardes, estupradores e ladrões. Numa outra interpretação o autor poderia estar falando também dos políticos que caberia perfeitamente, mas que não vem ao caso neste trabalho.
O segundo trecho é da música Índios do segundo álbum da banda Legião Urbana que mais do que simplesmente falar dos índios diretamente como acontece na primeira estrofe, faz também uma alusão no final da música onde novamente cita os índios, só que desta vez falando de nós mesmos, inocentes, alvo de colonizadores e passivos pregações de culturas e costumes estrangeiros.
“Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que