gato malhado e a andorinha sinha
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um gato Maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e dona Andorinha.
(AMADO, 1979, p. 07). Após a trova, a narrativa se abre semelhantemente a um conto de fadas pela presença da expressão característica do “Era uma vez”, seguida de uma notificação de tempo: “Era uma vez antigamente, mas muito antigamente, nas profundas do passado [...]” (AMADO, 1979, p. 09), e apresenta como personagens a Manhã, o Vento, o Sol, a Noite, a Chuva e o Tempo, em uma narrativa em terceira pessoa.
Ao longo da história, há a descrição de situações vividas entre essas personagens, predominando-se a respeito da Manhã, do Vento e, ao final, do Tempo. O Vento, apaixonado pela Manhã, ao contar-lhe uma história fez com que ela se atrasasse na tarefa de apagar as estrelas. O atraso, que foi grande, fez com que muitas queixas se fizessem de modo que o Tempo se viu obrigado a chamar a atenção da Manhã. Ao justificar para o Tempo o motivo da demora, este, interessado, diz à Manhã que, se a história que a fez perder a hora fosse realmente boa, ele a desculparia e também a presentearia com uma rosa azul.
Terminada a descrição, a parte seguinte é um texto denominado “Parêntesis”. Esse texto, recorrente dentro da obra, apresenta uma função tipicamente metalinguística, semelhante ao que, em teatro, é chamado de “didascália”. Palavra de origem grega, didascália