gases nobres
Os gases nobres ocorrem na natureza como constituintes menos abundantes da atmosfera. A primeira indicação da existência dos gases nobres foi divulgada pelo químico inglês Cavendish, em 1784. Após ter, repetidamente, provocado centelhas no ar com excesso de oxigênio, na presença de álcali (que absorve os óxidos de nitrogênio assim formados, bem como o dióxido de carbono originalmente presente), e ter removido o excesso de oxigênio que não havia reagido, ele observou que restava sempre o mesmo volume residual de gás ─ cerca de 1/120 do volume inicial do ar.
Em 1894, dois outros cientistas ingleses, Ramsay Lord Rayleigh, isolaram o primeiro gás nobre que se conheceu, que é o mais abundante gás nobre do ar, designando-o argônio. Ar (que significa o preguiçoso), por causa do seu malogro nas tentativas de fazê-lo reagir com as outras substâncias químicas. O gás nobre isolado a seguir foi o hélio, obtido em 1895 pelo aquecimento de um minério de urânio, de modo que aquele gás, preso nas suas cavidades, foi liberado (o gás lá estava como um produto da desintegração, radioativa do urânio). Vinte e sete anos antes de ser isolado na Terra, o hélio fora identificado na cromosfera do sol (daí o seu nome), por meio de análise espectroscópica.
Num período de seis anos após a descoberta do hélio por Ramsay e Lord Rayleigh, todos os outros gases nobres foram isolados e caracterizados. Nos sessenta anos seguintes, os químicos, de modo geral, acreditavam que os gases nobres seriam incapazes de formar compostos