Países em vias de desenvolvimento, como o Brasil, têm que aprender a tirar o máximo possível da globalização. Como o poder aquisitivo de nossa gente ainda é muito baixo, este processo pode (e deve!) ser usado para aproximar o povo das manifestações culturais de outros países - concordo com Martinho da Vila que a música é o canal mais viável, mas existem diversos programas de intercâmbio em andamento (obras famosas que nunca haviam saído do museu de origem e que agora percorrem o mundo; manifestações artísticas e folclóricas que rompem fronteiras; as raças que se fundem e derrubam preconceitos; as manifestações religiosas desconhecidas que ganham o respeito de quem nunca havia escutado falar sobre elas...). Essa pergunta fez com que eu analisasse os efeitos da globalização em mim própria e, baseada nesse milagre tecnológico da informação digital, eu me dei conta que hoje o mundo oriental (antigamente tão distante e impenetrável) hoje habita o meu dia-a-dia em produtos eletrônicos, destinos turísticos e sites que me falam dos seus mistérios e rituais; Manhattan (coração de uma Nova Iorque que eu não conheço) hoje é um dos meus bairros favoritos, ao lado do francês Marrais em cujos cafés eu me imagino nos fins de tarde; talvez a última fronteira, para nós, seja a Escandinávia com seus fiordes, bacalhaus e neve (mas não o será por muito tempo). Acho que se deve tomar cuidado para não perder a identidade, mas temos que disponibilizar uma parte de nós para interagir com o restante do mundo. É claro que nada é gratuito e, para integrar o processo, países como o Brasil têm que alcançar um nível de excelência que talvez num primeiro momento prejudique sua economia (não entendo bem esta parte, mas acho que, para ser aceito, o país tem que equilibrar sua balança comercial - inclusive importando produtos dos quais não precisa), mas o esforço é recompensado por colocá-lo na rota do desenvolvimento sócio-cultural.