Garrincha, alegria do povo
Comentário do Filme:
“Garrincha alegria do povo” de Joaquim Pedro de Andrade.
O filme de Garrincha, produzido em 1968 na ascensão do cinema novo, narra a história do jovem Manoel Francisco dos Santos, o Garrincha, desde sua origem como trabalhador em uma fábrica, a entrada no clube do Botafogo do Rio de Janeiro e sua passagem pela Seleção Brasileira.
Este documentário, assim como os documentários de Flaherty, apresenta uma difusão entre o cinema documental e o cinema ficcional, mas, com o desenrolar das cenas, deixa explícito ao expectador a sua característica narrativa.
Uma característica adotada por Joaquim Pedro de Andrade na produção deste filme é a proximidade com o texto jornalístico, característica essa também apreciada na obra Aruanda. Essa aproximação é compreendida através das imagens cedidas por Jornais e de arquivos televisivos da época.
Outro fato que difere esta obra de outros documentários é que a produção foi iniciada e concluída no auge da carreira do jogador, e apesar de atenuarmos o filme apenas para a pessoa de Garrincha, o diretor mostra também a alegria e a paixão de um povo pelo futebol. A passagem da narração que diz “O futebol tem os mesmos atributos de uma guerra, pode levar tanto a alegria como a tristeza mais profunda” mostra esse sentimento das pessoas pelo esporte. O paralelismo das imagens cria a ideia de um encontro marcado entre Garrincha e povo.
Além de todas essas características marcantes, o filme apresenta uma fotografia exuberante e cativante que leva ao expectador os mesmos sentimentos e emoções sentidos pelas pessoas naquela época.
Como destaca Carlos Drummond de Andrade, Garrincha “Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas”.