Crônica esportiva
Meu pai me conta como o futebol do tempo dele era diferente.
Os campos não tinham gramados perfeitos e não havia lugares numerados e cadeiras especiais. Ele conta que podia levar sandwiches e bebidas caseiras para comer nos intervalos.
Era permitida a entrada com fogos de artifícios e bandeiras com mastros de madeira, que serviam para motivar o seu time e não para bater no adversário.
As torcidas que não eram organizadas, iam ao estádio para torcer pelo seu time e assistir espetáculos de futebol.
Os torcedores de quaisquer times batiam palmas para as grandes jogadas de Pelé, Garrincha, Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha , Dener e outros craques.
A bola era de couro, pesada e quando molhada parecia de chumbo.
Passava-se sebo nas bolas e nas chuteiras para conservá-las.
Não havia caneleiras, porque o futebol não era para “pernas-de-pau”, como se dizia.
Não eram permitidas substituições e ninguém se machucava. Só algumas boladas doloridas quando, Pepe, Canhoteiro, Jair ou Tupãzinho, acertava um petardo na barreira que , naquela época ficava de costas para o batedor.
O goleiro, sempre de preto, dava saltos espetaculares, mesmo quando não havia necessidade.
Os jogadores tinham amor à camisa, e não trocavam de time a cada campeonato.
Não havia marketing esportivo e nem empresários e, a maioria dos jogadores vivia modestamente.
A mãe dos juízes já eram difamadas, mesmo que fossem santas.
Em 1950 no Maracanã, perdemos a final para o Uruguai e o país inteiro chorou.
Então em 1958 na Suécia, o menino Pelé, Didi, Garrinha, Vavá, Zagallo, Zito e outros craques da seleção canarinho “lavaram a alma” da nação, e trouxeram a tão sonhada taça Jules Rimet.
A partir daí o mundo passou a conhecer e reconhecer o melhor futebol do mundo.
Depois veio o bicampeonato no 1962 no Chile com Amarildo surpreendendo, e Mané Garrincha desequilibrando e fazendo a alegria do povo.
Em 1970, em plena Ditadura Militar, ganhamos o tri-campeonato ,