Gabriela Cravo e Canela
Radicado desde 1930 no Rio de Janeiro, Amado estudou direito e estreou logo a seguir em livro, publicando com notável regularidade os romances de sua primeira fase, todos marcados pela técnica do realismo socialista: O país do carnaval (1932), Cacau (1933), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar morto (1936), Capitães de areia (1937), Terras do sem fim (1942), São Jorge dos Ilhéus (1944), Seara vermelha (1946), Os subterrâneos da liberdade (1952). Ora surge nesses livros o drama vivido nas plantações de cacau do sul da Bahia, ora, na cidade de Salvador, a vida da infância abandonada, do proletariado, dos saveiristas, dos negros e marginais, dos desprezados, malandros, com os conflitos e injustiças sociais em destaque. Tal fundamento sociológico confere aos romances um cunho de documentário dos problemas brasileiros, agravados pela transição da sociedade agrária para a industrial, narrativas que sempre denunciaram os males regionais intencionalmente.
Em 1945 Jorge Amado foi eleito deputado federal pelo Partido
Comunista Brasileiro (PCB), porém todos os membros da bancada do partido tiveram o mandato cassado, e ele sofreu fortes pressões políticas. Durante cinco anos, viajou pela Europa e Ásia, voltando ao Brasil em 1952. Em 1956 fundou o semanário cultural Para todos, que dirigiu, e em 1961 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (cadeira n. 23).
Começa em Gabriela, cravo e canela (1958), o início da segunda fase de suas obras, caracterizada pelo tratamento satírico e humorístico dos textos, sem prejuízo das intenções de crítica social. Seguiram-se, na mesma linha,