Física prática
Infelizmente nem sempre os autores de ficção se preocupam com a física dos eventos que promovem em suas estórias. Mas vamos às suas questões.
Nossos olhos detectam de forma confiável o espectro visível, abaixo dele está o infravermelho e acima o ultravioleta que não são detectados normalmente pelos nossos olhos. Mais acima estão os raios-X, radiação que, dependendo da dose, pode ser nociva à saúde. Aparelhos que permitem a visão por infravermelho já são realidade em nossos dias mas por raios-X o grande problema seria não a detecção mas a geração deste tipo de radiação. O Super-Homem usando a "nossa" tecnologia deveria carregar uma bateria com uma ddp razoável (raios-X são gerados a altas voltagens) e uma fonte de raios-X. Possível é, o que não quer dizer que ficaria igual a dele e seria barato.
A capa não deveria sacudir. Num meio como o ar, cuja densidade é muito acima de zero, é natural que o arraste de um corpo provoque turbulências e, se o corpo e suficientemente extenso e leve, acabe por apresentar movimentos que evidenciam estas turbulências. Já no espaço, cuja densidade é próxima de zero, estas turbulências se existissem seriam imperceptíveis.
Não poderia ter a velocidade da luz. Para que um corpo que tenha a massa de um homem atinja a velocidade da luz ele deve ser acelerado gradualmente; para que seja acelerado sobre ele deve ser aplicada uma força constante o que implica num gasto de energia por unidade de tempo. Acontece que este gasto de energia é gigantesco para um corpo com tanta massa - no caso de partículas é bem mais fácil - e não conhecemos tecnologia capaz de tornar isto uma realidade em todos os níveis do projeto.
Resposta fornecida por Marcus Vinicius, monitor do Setor de Física do Centro de Divulgação Científica e Cultural. Para mais detalhes